TÉCNICO E JOGADOR DA AD XAVELHAS “CHUTAM” PENALTY PARA FORA EM NOME DO FAIR-PLAY
A febre da bola, a doença, as rivalidades extremadas, a loucura, a paranormalidade ou o que quer que seja, não pode nem deve ser superior ao lado mais racional e ou humano que o futebol também desperta, felizmente, em muitas das paragens do nosso futebol.
Uma nota introdutória que funciona como um aperitivo para tudo aquilo que se passou no passado sábado no jogo de sub 13 entre as formações da AD Xavelhas e da AD Machico, relativo à terceira jornada da segunda fase da série B do referido escalão.
Decorria ainda a primeira parte do encontro, com o resultado ainda em 0-0, quando o árbitro resolveu assinalar uma grande penalidade a favorecer a equipa da AD Xavelhas.
Acontece que os erros, lapsos, como se queira chamar, fazem parte da vida e o futebol não foge a essa máxima. O técnico da equipa nessa partida, que também é coordenador do clube camaralobense, Dinarte Fernandes, que quer se queira quer não, tem ou deve ter responsabilidades acrescidas, nestas e em outras matérias, decidiu em conjunto com o seu “pupilo” Tiago Serrão, não haver motivos para a marcação da grande penalidade. O avançado de 12 anos, não foi de “modas” e chamado a converter o castigo máximo, que, sublinhe-se, poderia dar vantagem à sua equipa, num acto de grande desportivismo, atiraria propositadamente a bola para fora, dando oportunidade ao espectáculo de absorver o colorido especial e suplementar do fair-play.
Acresce referir que este jogo era de subs, quando os jovens estão na ponte para outros patamares do futebol de 11, vivendo-se num palco de excelência para que o futuro não seja “cozinhado” com muita da malvadez que o desporto-rei também nos concede…
Prova-se, mais uma vez, desta forma que há mais vida para além do futebol e que o Desporto pode continuar a ser aquela matriz escolar, educativa. Os valores devem prevalecer no topo da pirâmide e naturalmente que tanto Dinarte Fernandes como o seu artista Tiago Serrão deram um testemunho vivo daquilo que afirmámos e que, por inerência, deve orgulhar igualmente as cores que representam (AD Xavelhas). Assim, sem dúvida, que vale muito mais a pena andarmos “nisto”…!