NEUZA CALDEIRA: UM MARCO NA BOLA DA ILHA “FEITA” COM O REI RONALDO E A PRINCESA HARDER
Ela personifica a luta, a guerra da afirmação de um género no futebol ao longo de todo este tempo de militância, será mesmo a futebolista mais experiente, pelo menos daquelas que evoluem na ilha. Carrega esse fardo, digamos que é um símbolo de quem foi “convidada” a participar na evolução e na própria história do desporto-rei feminino na Madeira.
Um verdadeiro porta-estandarte da bola de saias da ilha que há alguns anos atrás era “nada”, subindo-se a uma escadaria de maior promoção e que redunda no processo actual que a nosso ver terá “janelas” para ser ainda melhor no futuro. Neuza Caldeira ou a polivalência de funções, podendo jogar a central ou a lateral, na linha intermediária, mais à frente, mais defensiva, mais sobre a direita, lá está ela sempre pronta/apta/capacitada a cumprir.

CARREIRA EM CIMA “BUÉS” COMPLICADO
E todos sabemos quão complicadíssimo é estar-se numa bitola exibicional ao longo de toda uma carreira como ela o faz/tem feito. A tal regularidade exibicional, feita de forma arreigada e que é muito difícil preservar ao longo de toda uma vida desportiva. Não, não é daquelas jogadoras vocacionadas para marcar toneladas de golos, também não é daquelas que nasceram para estar nessas zonas do campo e efectuar as assistências douradas para os tentos das suas companheiras. Também por isso não será notícia nas parangonas dos mídia, muitos deles a procurarem esses “hiatos” a toda a hora.

O seu futebol é jogado em outras parcelas, é mais de luta, mais de dedicação, mais de entrega, mais de bom posicionamento, mais de visão de jogo, de inteligência, mais de técnica em prol do colectivo, mais de liderança pela experiência que carrega e pela “moral” que se adquire e que se trabalha junto das mais novas e, lá está, pelo simbolismo à sua volta, por toda a bagagem que apresenta, por todo um histórico de respeito e que representa. É essa competência que ela já rodou na competição regional e com os resultados que quem lá anda sempre viu e que nas últimas temporadas foi transposta para as andanças nacionais, participando na subida de um clube (CS Marítimo) madeirense pela primeira vez à Liga BPI e que se vem mantendo com toda a propriedade.
Neuza fez esse outro périplo que deriva de outros anteriores quando jogou e muito bem o futebol de 7, o de 9, passando ao 11 sem tremideiras, jogando agora não para a manutenção na Liga BPI mas sim na restritíssima tropa de elite do mais alto patamar de clubes do tecido nacional que é a fase de campeão.
ÍDOLO ESTÁ EM TURIM…!
Tem vindo a jogar e há muitos anos no CS Marítimo, transporta esse cordão umbilical verde-rubro mas isso não a impede de olhar para clubes como o Chelsea ou a Juventus com um carinho muito especial. No que a futebolistas diz respeito, Cristiano Ronaldo é o eleito: pelo sentido de superação, pelo querer sempre mais de uma forma impressionante, por ser, digamos, um super-profissional que trabalha muito e muito como se sabe ou imagina.
HARDER TAMBÉM É BEM NICE…!
É mesmo o seu ídolo se bem que no feminino também goste de jogadoras como Perfile Harder, «uma jogadora muito pouco falada mas que tem vindo a subir na sua carreira de uma forma estrondosa e que é super-inteligente».
Tatiana Pinto é outra das suas “bués”, sobressaindo «imenso» tanto no clube como na selecção nacional, sem esquecer que no masculino há um portista Octávio que lhe merece uma grande consideração: pela qualidade, pela garra e pelo que também de fundamental na equipa que representa: o FC Porto.