JUNIORES – DIVISÃO DE HONRA, FASE DE CAMPEÃO 

JUVENTUDE AC,  0
CSD CÂMARA DE LOBOS, 1

SÁ NA DIFERENÇA DO GOLO POR ENTRE MUITA CONTESTAÇÃO

Tal como havíamos dito na projecção deste jogo e do final de campeonato, este era um jogo decisivo para quem perdesse, se é que essa fava seria atribuída a alguém. De um naipe de três equipas que em nossa opinião podem ganhar o canecão, a saber CS Marítimo B que continua a liderar com mais um ponto, CSD Câmara de Lobos agora segundo e Juventude AC na actual posição de terceiro classificado, a noite de hoje poderia reduzir as chances de quem caísse se bem que em termos matemáticos tudo ainda seja possível.

O CSD Câmara de Lobos veio ao Funchal e ao Campo Adelino Rodrigues, derrotar o Juventude AC por 1-0, valendo o solitário golo apontado por Sá, no decorrer da primeira metade, logo aos 11 minutos, para que a atribuição dos três pontos ficasse sacramentada… Um jogo que teve alguma polémica em redor, muitas queixas do trabalho do árbitro, de parte a parte, tanto no desenrolar da mesma como no final, aqui sobretudo de quem não pontuou neste embate.

O golo madrugador de Sá, num lance em que primeiramente a bola é desviada à barra para a posterior recarga vitoriosa com o guarda-redes Martim a nada poder fazer, correspondia, de resto, a uma entrada mais consistente no jogo por parte do CSD Câmara de Lobos. Até aí nada tinha havido de significativo em termos de aproximações à área mas os visitantes evidenciavam um melhor preparo ofensivo, uma saída mais objectiva, mais rápida e mais definida no propósito, notando-se igualmente um Câmara de Lobos mais forte nos duelos e na garra…

O Juventude AC, nesse período, custou a “entrar” no jogo, notava-se que algo teria de mudar, assim sucedendo após os primeiros 25 minutos, sensivelmente com o prático da “coisa” a ter expressão numa bola rematada, cruzada e forte mas com Afonso a deter, mais parecendo um sinal de inconformismo e, quem sabe, de viragem no estado de coisas que até aí o jogo estava a evidenciar.

Efectivamente, no tempo que se seguiu, vislumbrou-se um balanço diferente com o equilíbrio a prevalecer se bem que os salesianos, nesse ciclo, se movimentassem de uma outra forma, criando um outro tipo de envolvência ofensiva. O CSD Câmara de Lobos como que sentiu essa fase e termina a primeira parte a tentar vir novamente mais para a frente, anotando-se um momento e uma aberta para a meia esquerda com o esquerdino Reis a internar-se e a bombear a bola com um petardão que até deu a sensação ilusória de que a bola já estaria a saltar lá dentro por entre as redes de um 0-2…! O intervalo chega e fica-se com a sensação de que até esperávamos mais das duas equipas, se bem que, não se esqueça, este jogo tivesse mesmo características especiais e onde conviria não conceder espaços que depois poderiam vir a ser vitais…

Pensava-se que a segunda parte iria de ser de loucos…Puro engano: as duas equipas entraram serenas para aquilo que se esperava,  compreendendo-se mais a toada por parte de quem vencia e que lidava com o conhecimento da importância de administrar essa mesma superioridade no marcador, muito embora também se saiba que um golo pode surgir do nada e… “tudo o vento levar…!”

O Juventude AC também como que querendo mostrar que tinha de ser mais rápido, mais enérgico, pressionante, lá foi ganhando algum domínio territorial e a verdade é que viria a conseguir alguns desequilíbrios no ataque que poderiam ter redundado em golos… O primeiro grande sinal de perigo das suas cores seria protagonizado com o atacante Gonçalo a, por pouco, não conseguir desviar com sucesso a bola vinda da sua direita, eram decorridos 52 minutos de jogo, repetindo a “dose” aos 66’ quando, por uma nesga, não conseguiu encostar junto ao poste a solicitação da asa direita do ataque salesiano. O CSD Câmara de Lobos, nesta altura, sentia alguma instabilidade, via o perigo de um empate e ainda vê o esquerdino Tiago Costa isolar-se mas a rematar ao lado do poste esquerdo de Martim. O CSD Câmara de Lobos vivia momentos de maior perturbação e ansiedade e sentia que tinha de marcar presença também com perigo no lado de lá ofensivo, até para estancar alguma pressão adversária e assim aconteceu com uma meia-distância cruzada e forte que passaria junto ao poste direito de Martim. Até que veio a primeira expulsão, por acumulação de amarelos de um dos centrais do Câmara de Lobos (Francisco Henriques) com o Juventude AC apostado em chegar à igualdade, pedindo-se mão dentro da área camaralobense e a respectiva grande penalidade com um chorrilho de protestos e consequente contestação ao árbitro. O atacante Gurgel semearia o pânico por banda dos visitantes até que o guarda-redes Pereira é expulso com os protestos, desta feita, a ecoarem do lado do CSD Câmara de Lobos.

Vivia-se uma fase de 9 contra 11 que mais tarde reduzir-se-ia a 10 e onde ao CSD Câmara de Lobos a palavra chave era a de aguentar com o Juventude AC a só interessar apostar todas e mais algumas fichas no ataque e a verdade é que em tempo de descontos dos 9 minutos concedidos pelo árbitro, o Juventude AC esteve mesmo bem perto de chegar ao empate numa bola aérea que passaria a centímetros do poste do novo guarda-redes do actual campeão da Madeira em título. No fim a clara satisfação de quem venceu o jogo e o desânimo estampado do lado contrário como é costume nestas circunstâncias mas com as críticas a centrarem-se na equipa de arbitragem.

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