A ESTÉTICA DOS GOLOS
Empate em Santo António a uma bola entre as equipas A do CS Marítimo e CD Nacional, no escalão sub-13, numa altura em que se está a disputar a fase de campeão.
O actual campeão da Madeira, cuja geração também havia ganho o respectivo canecão na época passada, revelou-se uns furos bem abaixo daquilo que esperávamos face ao que conhecíamos/conhecemos, em termos, nomeadamente da sua dinâmica colectiva, contrariamente ao CS Marítimo que também já havíamos visto, notando-se que a sua produtividade era mais condizente com outros registos do seu “processo”…
O jogo em si ofereceu no final um resultado que acaba por reflectir muito do que se passou, com micro-ciclos de alguma ascendência de uma equipa face à outra.
A começar por uma entrada do CD Nacional, procurando mais o ataque, assumindo mais o jogo, tal e qual como esperávamos mas que pouca expressão teve no perigo e nas oportunidades criadas junto à baliza maritimista.
A esse domínio territorial, o CS Marítimo responderia com uma equipa que soube bloquear a acção alvi-negra, defendendo bem, procurando, quando tinha oportunidade, avançar, tentando, igualmente, marcar presença junto à baliza adversária mas também sem conseguir desequilíbrios susceptíveis de fazer alterar o marcador.
Até que Lima resolveu “abrir o livro” e marcar um belo golo num tiraço bem de fora da área com a redondinha a entrar por alto no lado esquerdo de Jota. Esta fase, passada aqueles primeiros 10, 15 minutos, já exibia um jogo equilibrado para mais tarde ser a formação da casa a apresentar um ciclo em que foi melhor que o antagonista. Eugénio, com um remate forte, cruzado, colocado viu Nuno defender bem, arrojando-se, com valentia, no solo a evitar aquele que poderia ter sido o empate.
Veio a segunda metade e o jogo a pautar-se por uma exagerada serenidade nos minutos iniciais, até Luzia, cá do meio da rua, colocar o pé tipo “raquete” e mandar um balázio que só parou nas malhas e no ângulo superior esquerdo do guarda-redes preto-branco, se bem que antes Pedro já tivesse ameaçado e bem com um remate à entrada da área, perigoso, mas ao lado. O CD Nacional não estava bem, mérito certamente também da acção verde-rubra mas com os seus talentos ali bem “escondidos”, se bem que nesse aspecto o capitão Martim ainda assumisse aquela veia coordenadora, bem mais visível no primeiro tempo.
Miguel Gomes, o ponta de lança ainda atiraria uma bola ao poste, isolando-se no minuto seguinte mas a encontrar, desta vez, a oposição de Jota. O Marítimo pressionava mais, aparecia nesta etapa mais vezes no meio-campo, procurando algo mais que acabaria por não suceder, com o CD Nacional, lá está, a, quando em vez, “marcar o ponto” no perigo mas sem apresentar um fio de jogo e um poder a que já estávamos habituados a ver na respectiva geração. Lá está: no final, mesmo que se saiba que a justiça ou injustiça não existam nesta bola, fica a ideia que um ponto para cada lado acaba por estar bem, num dérbi com pouca emoção, dentro e fora das quatro linhas, com poucos momentos de desequilíbrios e poucas ocasiões de golo para a média que temos visto nas últimas décadas em equipas A.