Quem quiser encontrar, a partir de hoje, um campeão de iniciados da I Divisão Regional vai ter mesmo de olhar para os lados do Caniço e do emblema Canicense.
Esta manhã, a avaliar pelo que bem cedo se viu – gente nas bancadas, bom, ordeiro e saudável apoio – no Complexo Desportivo da Ribeira Brava – era também o sentimento, o pulsar, a expressão de que não seria por falta de incentivo que se abriria o caminho que poderia ajudar, mais facilmente, à obtenção dos três pontos em disputa que eram também os que faltavam para, de uma vez por todas, se poder festejar com toda a legitimidade o respectivo canecão.
E se por fora estava tudo a postos, faltava esperar, era uma questão de ver que tipo de resposta os jovens iriam fornecer, ante um São Vicente que “furava o túnel” do lado e que se apresentava sem qualquer tipo de pressão o que por vezes complica mas que tinha a obrigação de jogar, competindo como sempre deve ser feito pela aquisição dos três pontos e tentar “estragar” todo o tipo de preparativos dos citizens.
E a verdade é que os rapazes liderados por Carlo Andrade – que hoje acompanhou o game do lado da bancada -, souberam corresponder em campo, construindo não só um desfecho que foi mais do que suficiente para sair com o canecão na mão (4-1) bem como rubricando em alguns ciclos do jogo uma produtividade digna dos maiores elogios no contexto da nossa bola.
O Canicense, essencialmente na primeira parte, soube e muito bem ir à procura do que precisava, jogando com a bolinha no pé, em posse, promovendo um conjunto de aproximações à baliza nortenha, marcando dois golos, podendo averbar outros e até mais tentos, numa clara expressão do bom futebol praticado, quando comparado com a bola opositora.
Uma boa meia distância com a bola a rasar o travessão, deu o mote para um conjunto de oportunidades que se seguiram até ao primeiro golo, apontado ao minuto 18, num belo trabalho de Simão, que hoje rubricou um hat-trick, assistindo muito bem o ponta de lança Castro para o 1-0. Antes deste lance Simão já tinha surgido isolado, Carlos fez golo tocando em cima da linha, uma cabeçada de Matias que ia para golo, até que veio o tal 1-0 e o primeiro bruá de festa das bancadas, com tempo ainda para Guilherme, por duas vezes, ter andado perto de outra vantagem para as suas cores. O São Vicente sentia dificuldades, não promovia problemas ao último reduto dos visitantes e apenas aos 32 minutos dá um ar da sua graça ofensiva numa escapada de Nuno pelo lado direito, seguindo-se depois uma meia distância que seria resolvida pelo guarda-redes dos azuis clarinhos.
O Canicense estava na sua melhor fase em termos de organização do jogo ofensivo, funcionava com boa circulação, num harmónio entre os sectores, alardeando boas combinações e consequentes desequilíbrios, marcando na recta final da primeira parte o 2-0 por Simão.
A segunda parte foi diferente, a que não foi alheia a vantagem conseguida, passou-se a um tempo em que se notou, emocionalmente, uma preocupação maior em administrá-la, por um lado, e também a de controlar o jogo. A verdade é que essa acabou por ser uma leitura prática correcta por tudo aquilo que o São Vicente não deu ao adversário de preocupações. Era tudo uma questão do Canicense ir segurando aquilo que o jogo pedia, sem isso querer dizer que não fosse a equipa que assumia bem mais o domínio territorial, marcando o 3-0 por Simão naquele que parecia ser o do dissipar-se qualquer dúvida existente mas que uma falha e consequente golo do São Vicente acabaria por relançar-se.
Carlos teria mais dois momentos em que poderia ter feito o 4-1, Castro também voltava a ameaçar e será na sequência de uma “bomba” de um jovem que conhecemos e Gaula, no Juventude local, chamado Carlos – um verdadeiro poço de entrega – a enviar a bola de longe à barra com Simão, na recarga, a consumar o resultado final de um jogo em que o Canicense foi muito melhor, com os momentos subsequentes a serem de festa, de muita emoção e até champanhe.